Em janeiro de 2016, o projeto iStopMM começou o trabalho com a triagem de todos os adultos acima de 40 anos na Islândia, com o objetivo de diagnosticar o mieloma de maneira precoce
O mieloma múltiplo é um tipo de câncer do sangue que se desenvolve a partir de células plasmáticas, que são um tipo específico de leucócitos, importante nas defesas normais contra patógenos por meio da produção de anticorpos específicos. Ele se desenvolve, na maioria das vezes, em pacientes com mais de 40 anos, no entanto, em casos raros, também pode se desenvolver em pessoas mais jovens. Os sintomas tradicionais incluem anemia, insuficiência renal, dor e lesões nos ossos e hipercalcemia, às vezes acompanhada de infecções repetidas e amiloidose AL.
Existem duas condições que são definidas como precursores do mieloma múltiplo, a gamopatia monoclonal de significado indeterminado (GMSI) e o mieloma múltiplo assintomático. Descobriu-se que o risco de progressão da GMSI para o mieloma múltiplo é de 1% ao ano e, no caso do mieloma múltiplo assintomático, o risco de progressão para o mieloma múltiplo é de 10% ao ano durante os primeiros cinco anos1.
Alguns estudos descobriram que os pacientes diagnosticados com uma condição precursora e acompanhados através de um monitoramento regular têm uma taxa de sobrevida superior à dos pacientes que só foram diagnosticados após a progressão para o mieloma múltiplo. No entanto, atualmente apenas 2,7 a 6% dos pacientes com mieloma múltiplo são diagnosticados em um estágio precursor, por coincidência, quando o paciente está sendo examinado por outro motivo2-4.
Esses fatos levantam duas questões importantes:
•A triagem populacional para GMSI é benéfica aos pacientes?
•Qual é a abordagem ideal dpara o melhor monitoramento dos pacientes?
O estudo Iceland Screens, Treats, or Prevents Multiple Myeloma (Triagem, Tratamento ou prevenção-iStopMM) é o primeiro estudo de triagem de GMSI baseado em populações que inclui um ensaio randomizado de estratégias de acompanhamento, desenvolvido para responder a essas questões fundamentais.
O trabalho científico sobre a metodologia utilizada para o estudo iStopMM já foi publicado
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<li>Kyle, R. A. et al. <span style="color: #222222;">Monoclonal gammopathy of undetermined significance (MGUS) and smoldering (asymptomatic) multiple myeloma: IMWG consensus perspectives risk factors for progression and guidelines for monitoring and management. <em>Leukemia</em> 24, 1121–1127 (2010).</span></li>
<li>Sigurdardottir, E. E. et al. <span style="color: #222222; background: white;">The role of diagnosis and clinical follow-up of monoclonal gammopathy of undetermined significance on survival in multiple myeloma. <em>JAMA Oncol.</em> 1, 168–174 (2015).</span></li>
<li>Go, R. S., Gundrum, J. D. & Neuner, J. M. Determining the clinical significance of monoclonal gammopathy of undetermined significance: a SEER-medicare population analysis. <em style="color: #222222;">Clin. Lymphoma Myeloma Leuk.</em><span style="background-color: white; color: #222222;"> 15, 117–186 (2015).</span></li>
<li>Goyal, G. et al. Impact of prior diagnosis of monoclonal gammopathy on outcomes in newly diagnosed multiple myeloma. <em style="color: #222222;">Leukemia</em><span style="background-color: white; color: #222222;"> 33, 1273–1277 (2019).</span></li>
<li>Rögnvaldsson, S., Love, T.J., Thorsteinsdottir, S. <em style="color: #222222;">et al.</em><span style="background-color: white; color: #222222;"> Iceland screens, treats, or prevents multiple myeloma (iStopMM): a population-based screening study for monoclonal gammopathy of undetermined significance and randomized controlled trial of follow-up strategies. </span><em style="color: #222222;">Blood Cancer J.</em><span style="background-color: white; color: #222222;"> 11</span><strong style="color: #222222;">, </strong><span style="background-color: white; color: #222222;">94 (2021).</span></li>
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